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Se Cá Nevasse...
04:07
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Sebastião cá voltasse
Se a moleza se cansasse
Se o Eusébio ainda jogasse
Ai! Que fintas que eu faria um dia
Se o imposto não subisse
Se o emprego não fugisse
Se o presidente sorrisse
Outro galo cantaria um dia
- Se cá nevasse…
Há sempre um “se” no caminho
Que me deixa as mãos tão presas
Se eu cortasse o “se” daninho
Talvez me levasse as incertezas
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2. |
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Manda vir mais DDT, ganha o país e você
Enquanto vais azedando, põe-lhe umas gotas de rosé
E tudo o que é Fétalaman
Por aquilo que eu já vi, ici
Que diabo, se é Lusitano
Não digas que vais daqui, d’ici
Continuas distraído, a ver a factura aumentar
Dão-te a voltinha ao juízo, e depois diz que tens azar
E tudo o que é Fétalaman
Só porque não é com o pé, oie
Mais valera que o não fosse
E não só falta de Fé, não é
E já que vais em cantigas, se ainda não estás apanhado
Trata lá da tua vida, mas não te esqueças do recado
Tudo o que é Fétalaman
Só porque não é com o pé, oie
Mais valera que o não fosse
E não só falta de pé, não é
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3. |
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Esta é a verdadeira história de Rebaldino Pires,
Honestíssimo vadio,
Ancorado nas portas de Santo Antão
Mas batendo a outras portas e respeitador de todos os santos,
Navegando de mulher para mulher
- As filhas mais do que as mães -
E crucificado pela justiça e pela opinião pública
Como já tinha acontecido
Ao próprio Nosso Senhor
E foi Rebaldino atleta
E ganhou a maratona
com duas horas de avanço
…Tendo cortado a meta
Repimpado na ramona
E acusado de gamanço
Mentira, tudo mentira!
Se gamou os sapatos aos outros atletas, foi para salvar o turismo de pé descalço!
…Tudo o mais é “boca”, é bera, é falso!
… Nunca apareceu às faces da terra
- Nem à face A nem à face B -
Gajo tão sério e pacholas
Amigo dos putos e delas
Ele era o chefe de fila
p’ra muito puto regula
Mestre melhor não havia
… Montou escola de sobrinhos
Ensinou-lhes os caminhos
que vão às casas das tias
Mentira, redonda mentira!
Nunca Rebaldino Pires,
Cavalheiro impec e aprumado
Desmoralizou a moral
Ou os bons costumes a que se tinha acostumado
Quando andou no contrabando
Tinha um bando contratado
Contra Fé e contra a guarda
Contra cima e contrabaixo
Contra regra e contra mão
…Até que vem uma farda
Que o enfarda na prisão!
Mentira, bruta injustiça!
… Tudo contrabando, nada a favor de bando!
Sempre foi um sereno cidadão
Cumpridor de leis e mandamentos que mandassem,
Inclusivé portarias municipais
E outras portarias tais!
…Impostos em dia, facultativos à noite.
Numa noite de porrada
Na tasca do “vai-de-lado”
É que perdeu a cabeça
… Ao mandar a cabeçada
Num artolas encartado
Que foi parar à travessa
…Levou só quatro pontos porque era a travessa do cosido
… Mas é tudo mentira, impura invenção!
Vejam o seu certificado de registo criminal,
passado por ele próprio sem ajudas de ninguém.
… Impecável, bestial! Lá vem que o seu único crime foi falsificar o registo criminal
Mais que permite a força humana
Tinha oitenta e uma amantes
… Umas vinte por semana
Sem vozes reclamantes!
tinha oitenta e uma amantes
Uma delas ciumenta
Que veio a saber das oitenta
Soprou o pelo da venta
Sacou a faca da liga…
… E ele deu aos calcantes
- Nunca foi Homem de briga!…
Mentira, outra mentira!
Regalino Pires, honrado português de lei, não anda a monte d’amante…
… Nunca fugiu à polícia,
Nem sequer foge da chuva.
… Nem para lavar a reputação
Que exige reparação
Depois de tanta patranha
Tanta mentira malvada
… E aqui está esta campanha
Devidamente orquestrada.
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4. |
Namaptess
04:37
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5. |
Outro Fruto Proibido
04:33
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Molhar o rosto num banho de espuma fria
Seguir viagem na maré do meio dia
Ser arrastado como uma concha vazia
Trocar as voltas deste Mundo de loucura
Abrir as mãos jogar o corpo na aventura
A corda bamba é um fio de seda pura
Sair à rua vir trocar coisas da vida
Ver os teus olhos a brilhar na luz do dia
Qual o caminho para a terra prometida
Tecer as notas deste som que me acompanha
Fazer as regras dum mister de arte e manha
Que na vertigem de pisar terra tão estranha
Esquecer palavras que já não fazem sentido
E murmurar uma canção no teu ouvido
Provar contigo doutro fruto proibido
Trazer à luz um novo ponto de partida
Guiar os passos de mais uma ilha perdida
E procurar no horizonte outra saída
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6. |
Zimalabaristix
03:19
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Chamam-me Zimalabaristix
Sou jogral nas minhas horas vagas
Descendo da tribo de Astérix
Trago no meu sangue as velhas sagas
Ando sempre em busca de emoção
Recito poesia das janelas
Faço guerra aos donos da razão
Protejo o pensamento das chancelas
Refrão…
Tenho o curso de magia urbana
À tristeza monto armadilhas
Troco o nome aos dias da semana
Faço a rotina voar em estilhas
Faço dos meus sonhos manifestos
Vou minando o muro repressivo
Faço das palavras sons e gestos
A grande alquimia de estar vivo
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7. |
Tanahora
04:15
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Só faltam cinco minutos
O tempo foge nesta paragem
O filme é todo ao contrário
Até o expresso seguir viagem
Vais ver! Digo eu quase a naufragar
Vai ser! O meu som não vai falhar!
Desfaço um nó no meu peito
Afino os nervos em tom de Valium
Salto sem rede no sítio
Agarro um jeito para a contagem
2.3! Digo eu quando me lançar!
Inês! Já nada te faz parar!
No meio d’alta voltagem
Os meus neurônios são cães de caça
Olhos sedentos de néon
Mais uma vez vou descer à praça
Vais ver! Digo eu quase a naufragar
Vai ser! O meu som não vai falhar!
Na transa que me rodeia
Já estou tão farto da sinfonia
Pulsa o meu sangue nas veias
Já estou tão perto…
2.3! Digo eu quando me lançar!
Inês! Já nada te faz parar!
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8. |
Grito
04:28
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Este vazio que deixaste
Magia que foi embora
Os sons que pairam no ar
Ecoam p’la noite fora
Voz que nós já não ouvimos
Subindo ao céu
A cantar
O luar que me mostraste
E barulho que há no mar
E a guitarra que tocaste
Teimaram em cá ficar
Mãos que nós já não sentimos
Subindo ao céu
A tocar
O som do teu silêncio
Do tarde fez cedo
Abriu-se um caminho
Que eu sigo sem medo
O som do teu silêncio
O brilho do olhar
Encheram-e o corpo
Dum nunca acabar
O som do teu silêncio
O vibrar dos teus dedos
Fecharam em mim
As raivas e os medos
Este vazio de tão cheio
Das coisas que me ensinaste
O som de viver a vida
Ficou quando nos deixaste
Corpo que já não sentimos
Subindo ao céu
A dançar
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9. |
Feira da ONU
05:23
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Encontrei um almocreve
Que ia abrir banca na ONU
Disse que ia haver lá feira
E um leilão de antiguidades
Pus a minha albarda no jumento
Meti-me a caminho com o velho
Chegámos a tempo d’ir ao conselho
Então demos umas voltas à feira
Topámos mercadores de altas rodas
E mercado negro
Exibiam armamentos
Quem tivesse o mais eficaz
Possuía argumentos
Para dar e vender a Paz
No carrossel das Nações Unidas
Vi o soldadinho desconhecido
Um grande mausoléu com muitas flores
Lá vi a minha cara num momento
As tendências em fase de transição
Em vias de extinção
Vi ditaduras quentes
Perder a sua cotação
Meia dúzia de exemplares
Que eu não quero p’ra colecção
Vi um Somoza ser vendido no leilão
O Idi Amin e um Bokassa de cartão
A velha feira estava a refinar-se
Algo discreta e mais humanista
Havia no seu stock crises p’ra vender
Medos de morrer.
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10. |
Moçoila
03:46
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Salada de Frutas Lisbon, Portugal
A banda Salada De Frutas surgiu em Portugal no início dos anos 80 em Lisboa. Foram uma nova banda portuguesa entre muitas mais que fizeram parte do chamado Movimento Do Pop/Rock Português entre 1975-1985. Movimento.
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